Agentes de Saúde denuncia assédio moral, metas abusivas e sobrecarga de funcionários em São Vicente

Agente de Saúdes denuncia assédio moral, metas abusivas e sobrecarga de funcionários em São Vicente.
WhatsApp: Canal JASB | Agentes Comunitários de Saúde relatam impacto emocional entre colegas; Prefeitura fala em diálogo com as equipes.
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Ambiente de trabalho tenso nas UBSs de São Vicente
Agentes comunitários de saúde que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Vicente, no litoral de São Paulo, estão enfrentando uma rotina difícil. Segundo denúncias, eles têm sofrido com cobranças disfarçadas, metas cada vez maiores e constante vigilância no ambiente de trabalho.
Uma profissional que atua na cidade revelou que o clima nas unidades se tornou pesado desde novembro do ano passado, com indícios de assédio moral, sobrecarga e desgaste emocional diário.
Cobranças indiretas e ameaças veladas
De acordo com uma agente que preferiu manter o anonimato por medo de represálias, a cobrança por produtividade acontece de maneira indireta. As pressões são registradas em reuniões e documentos internos, mas nada de forma oficial, o que dificulta a comprovação de abuso.
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A Agente ainda contou que houve ameaças de abertura de relatórios contra profissionais que não conseguem aumentar seus índices de atendimento, criando um ambiente de tensão constante.
Metas ligadas ao repasse financeiro
A pressão para alcançar resultados está relacionada à chegada de verbas previstas para o mês de maio. O financiamento depende do número de pessoas cadastradas no SUS por cada equipe de saúde da família.
Quanto mais moradores forem registrados e atendidos, maior o valor recebido pela unidade. Por isso, cada agente precisa manter vínculo com cerca de 750 pessoas, o que tem gerado cobranças cada vez mais altas e exigências difíceis de cumprir.
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Carga de trabalho aumentou além do limite
Segundo a profissional, a exigência de visitas domiciliares aumentou de maneira exagerada. Antes, cada agente precisava visitar cerca de 200 pessoas por mês. Agora, a meta é visitar 200 casas, o que pode representar contato com até 600 moradores.
Na prática, se mostra quase impossível, já que muitas famílias não estão em casa durante as visitas, e a rotina dos agentes inclui diversas outras atividades importantes, como atendimento nas unidades, pesagem do Bolsa Família, palestras e ações com idosos.
Desgaste emocional e sentimento de abandono
Todo esse cenário tem afetado profundamente a saúde mental dos agentes. Muitos estão sobrecarregados, cansados e desmotivados. A agente que denunciou a situação disse já ter pensado em pedir demissão várias vezes.
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Ela relatou que colegas também deixaram os cargos ou foram desligados de maneira injusta. Entre os mais de 200 profissionais da cidade, o sentimento é de desrespeito e silenciamento, sem espaço para diálogo. “Se alguém reclama, escuta que é só fazer concurso para virar chefe”, desabafou.
Resposta da Prefeitura e promessas de apuração
Em nota, a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), afirmou que mantém o diálogo com as equipes e segue as normas do Ministério da Saúde para definição de metas.
A Administração negou qualquer tipo de cobrança abusiva e disse que os objetivos são ajustados conforme o tamanho da população atendida e as características de cada território. A prefeitura também afirmou que nenhum agente foi exonerado recentemente e que denúncias são apuradas pelos canais oficiais. Casos mais graves, como suspeitas de assédio, são encaminhados às autoridades competentes.
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Fonte: JASB com informações de Atribuna.
Edição Geral: JASB.
Encaminhamento de denúncia ao JASB: falejasb @ gmail.com
Publicação: JASB - Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil - www.jasb.com.br.
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