Médica espancada em hospital relata ameaças.
Médica espancada em hospital relata ameaças.
Grupos no WhatsApp | A médica Sandra Lúcia Boyer foi espancada por paciente após demora em atendimento.
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A médica Sandra Lúcia Boyer, agredida durante o plantão que dava em um hospital público na Zona Norte do Rio de Janeiro, no último dia 16, afirmou que André Luiz do Nascimento Soares, um dos agressores, dizia estar armado e que teria ameaçado os profissionais que trabalhavam no local.
– Ele chegou com a mão na cintura, dizendo que ia estourar todo mundo – disse Sandra, em entrevista exibida no programa Fantástico, neste domingo (23).
A reportagem mostrou detalhes do momento em que André, a filha Samara Kiffin do Nascimento Soares e outra mulher, ainda não identificada, invadem o Hospital Municipal Francisco da Silva Telles e passam a agredir os funcionários e quebrar as instalações da unidade.
A confusão pode ter provocado, ainda, a morte de uma paciente de 82 anos, que estava sendo monitorada com quadro de enfarte agudo no miocárdio, e não pôde ser socorrida no momento do tumulto.
As imagens de segurança da unidade médica, apresentadas na reportagem, registraram o trio empurrando uma enfermeira, arremessando cadeiras, quebrando portas e depredando a sala hospitalar.
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André Luiz, que deu entrada na unidade com um corte no dedo, teria se irritado ao saber que não seria atendido de imediato, uma vez que o seu caso não era grave, nem precisava de ponto, segundo Sandra. Em determinado momento, ele saiu do hospital, mas, ainda irritado, retornou com a mão na altura da cintura, fazendo um gesto semelhante ao de quem vai sacar uma arma.
– Ele entrou dizendo, com uma mão atrás da bermuda, que ia estourar todo mundo. Saiu da sala, me encontrou no corredor e partiu para cima de mim. Primeiro, levei um soco, caí no chão, levei um empurrão, um chute no sacro e, quando fui me levantar, levei um pisão nessa perna onde tem uma marca, que dá pra ver que foi um pé – relatou a médica.
Os vídeos mostram ainda que os agressores invadiram uma área proibida do hospital, e próximo aos pacientes internados com o quadro clínico mais delicado.
Sandra Lúcia disse ainda que ela era a única médica de plantão no momento, e que cerca de 60 pacientes estavam sob seus cuidados, sendo 20 em estado grave. Este era o seu quinto plantão, seguido, sozinha, de acordo com a profissional.
PACIENTE MORRE DURANTE CONFUSÃO
A paciente Arlene Marques da Silva, 82 anos, morreu durante o tumulto. A suspeita de Sandra Lúcia é de que a idosa tenha reinfartado durante a briga, o que foi comprovado pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML).
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– Ela estava internada por infarto, e pode ter morrido por reinfarto. E eu não pude atender, porque estava no chão – disse a médica.
Elaine Marques da Silva, filha de Arlene, contou à reportagem que tinha recebido a informação de que a mãe estava se recuperando e que ela receberia alta. Uma neta da vítima afirmou que “eles foram desumanos. Só pensaram neles”.
– Foi com a minha avó, mas poderia ser pior – disse.
PAI E FILHA PRESOS
Após a confusão, a Polícia Militar foi acionada e pai e filha foram levados para o 38.º Distrito Policial. Mesmo na frente dos policiais, a filha teria ameaçado “matar a p******” a médica que já havia sido agredida. A profissional recebeu cinco pontos na boca em razão dos ferimentos.
Conforme a Polícia Civil do Rio, pai e filha foram presos, suspeitos do crime de homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual, pela morte da paciente. Eles vão responder também por dano ao patrimônio público e desacato, sendo que ele responderá ainda por lesão corporal dolosa.
No registro feito na polícia, constam ainda os crimes de ameaça, coação no curso do processo e dano qualificado ao patrimônio público. Depois de receberem voz de prisão, Soares e Samara foram encaminhados para unidades prisionais distintas.
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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que repudia os fatos ocorridos na unidade e que todas as emergências da cidade atendem por classificação de risco, com prioridade absoluta aos pacientes com quadros de maior gravidade.
– Casos de menor risco são atendidos na sequência ou encaminhados a outros serviços. Os profissionais das unidades trabalham com seriedade e devem ser respeitados pelos usuários – disse.
A defesa de pai e filha presos alega que a culpa da morte é da prefeitura, responsável pelo hospital.
Pleno News
*AE
Técnica de enfermagem, socorrista do Samu morre ao tentar salvar homem
A técnica de enfermagem e socorrista do Samu, Lorezete Duarte, 45, morreu ao cair de um penhasco de 11 metros enquanto tentava salvar a vida de um homem que indicava que iria se jogar. O caso ocorreu em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, na quarta-feira (19).
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Lorezete era uma dos três socorristas que foram acionados para tentar impedir que o homem se jogasse de um penhasco às margens da BR-386. Ela subiu até onde ele estava e o puxou pela blusa para impedir a ação, mas ambos acabaram caindo.
A socorrista não resistiu aos ferimentos
A socorrista não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O homem, que caiu por cima de Lorezete, foi encaminhado ao hospital de Frederico Westphalen sem risco de morte.
Homem pode ser responsabilizado
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso e confirmar se foi um acidente ou se o homem teve responsabilidade na morte dela. Serão ouvidos o motorista do Samu e o homem que supostamente iria se jogar.
Polícia investiga o caso
“Não se sabe exatamente como, mas os dois acabaram caindo do penhasco, ele quase que por cima dela”, afirmou Jacson Boni, delegado responsável pela investigação do caso.
Homenagens a Lorezete
Colegas de trabalho do hospital onde ela atuava e do Samu prestaram homenagens a Lorezete na quinta-feira (20) fazendo orações e um minuto de silêncio para ele. Em seguida também jogaram bexigas brancas para cima e bateram palmas (vídeo abaixo).
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Perdeu a vida salvando
“Estamos aqui para prestar homenagem a uma colega de profissão e de farda que, tragicamente, teve sua vida ceifada no dia de ontem. O que nos conforta e, ao mesmo tempo, nos revolta é o entendimento de que ela perdeu a vida salvando, como salvou, a vida de uma outra pessoa”, disse outra enfermeira do Hospital Santo Antônio durante o ato.
Exemplo de amor e dedicação à profissão
A unidade de saúde fez uma publicação nas redes sociais com registros da homenagem e se solidarizando aos familiares da vítima: “Que a memória de Lorezete seja um eterno exemplo de amor e dedicação à profissão”.
Homenagem da prefeitura
A prefeitura de Frederico Westphalen decretou luto oficial de três dias na cidade, entre quarta e sexta-feira (21), para também homenagear a profissional de saúde.
“A administração pública reforça os votos de pesar pela grande perda e agradecimentos à imensa dedicação e excelente trabalho prestado ao município”, escreveu.
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Nota da prefeitura de Frederico Westphalen
"A prefeitura municipal de Frederico Westphalen, em nome do prefeito municipal, José Alberto Panosso, e do vice-prefeito, João Francisco Vendruscolo, manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento da servidora pública Lorezete Duarte, técnica de enfermagem e socorrista do SAMU, ocorrido nesta quarta-feira, dia 19 de julho de 2023.
Nesse momento de dor, consternação e tristeza, a administração municipal, em nome de todos os colegas servidores públicos, presta os seus mais sinceros sentimentos e se solidariza com os familiares pela passagem desta nobre profissional, que perdeu sua vida corajosamente no exercício da sua função.
A prefeitura de Frederico Westphalen, decreta luto oficial por três dias a partir de hoje (19/7) em decorrência do falecimento de Lorezete Duarte.
A administração pública reforça os votos de pesar pela grande perda e agradecimentos à imensa dedicação e excelente trabalho prestado ao município de Frederico Westphalen."
Créditos: CNN Brasil.
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Curado: Paciente com câncer tem remissão completa após terapia.
Um paciente teve remissão completa de um linfoma de Hodgkin —tipo de câncer que se origina no sistema linfático— em apenas um mês.
A evolução foi celebrada por pesquisadores, pois ele é um dos 14 pacientes que participam de estudo com a terapia CAR-T Cell desenvolvido pelas Faculdade de Medicina da USP, pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, em parceria com o Hemocentro da cidade do interior paulista e pelo Instituto Butantan.
Os dados e o detalhamento do caso ainda não foram publicados pelos cientistas.
Células de defesa
Essa nova terapia usa células de defesa do próprio corpo, modificadas em laboratório, para atacar linfomas e leucemia. Os testes com este novo modelo continuam.
O escritor e publicitário Paulo Peregrino, de 61 anos, foi diagnosticado com seu primeiro linfoma de Hodgkin em 2018. Ele já havia tentado de tudo para acabar com a doença: passou por quimioterapia e transplante autólogo —quando as células-tronco hematopoiéticas do próprio paciente são removidas antes da administração da quimio de alta dose e infundidas novamente após o tratamento. Mas nada disso adiantou. O paciente estava sem seu terceiro linfoma.
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Muitas dores no corpo
O quadro de Peregrino era grave e ele sentia muitas dores no corpo quando começou a ser acompanhado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP pelo hematologista Vanderson Rocha, professor de terapia celular da universidade e coordenador nacional de terapia celular da Rede D'Or.
"Não tinha mais opções. A única opção seria o CAR-T Cell", diz o médico.
Um dos tipos mais promissores de tratamento contra o câncer, a terapia com células CAR-T consiste na retirada de linfócitos do próprio paciente, modificação genética dessas células e reinserção delas no corpo do doente para atuarem no reconhecimento e no combate do tumor.
No total, nova pacientes tiveram remissão completa. Comparando a imagem de exames pré e pós tratamento, é possível ver a remissão dos linfomas no corpo do paciente.
Estudos clínicos pioneiros
O primeiro produto de CAR-T Cell lançado no Brasil ficou disponível em novembro de 2022, assim como dois estudos clínicos pioneiros em instituições brasileiras, entre eles o da USP.
O tratamento é indicado para pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B que não responderam a duas ou mais linhas de tratamento ou que voltaram a manifestar a doença após as terapias padrão.
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Casos de crianças e jovens
Também pode ser usado em crianças e jovens até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda de células B que não responderam ao tratamento padrão, inclusive ao transplante de medula óssea. Estudos sobre a utilização de terapia semelhante em outros tipos de tumores vêm sendo desenvolvidas fora do País.
"Existe um grande potencial, mas para isso precisamos de pesquisa. E, para pesquisa, precisamos de dinheiro, mas nos últimos anos tivemos pouco investimento nesse setor no Brasil", afirma Rocha.
A primeira imagem mostra o câncer de Paulo Peregrino espalhado em seu corpo, já a segunda mostra a sua remissão completa. — Foto: Reprodução/Instagram/paulocfperegrino.
Do tratamento à cura
O processo de tratamento de Peregrino com o CAR-T Cell começou em dezembro de 2022, quando ele foi internado no Hospital das Clínicas para ter suas células de defesa colhidas. "Ele precisou ficar um mês sem fazer quimioterapia para conseguirmos colher as células nas condições recomendadas", explicou o médico ao Estadão.
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A equipe entrou com pedido de aprovação e liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para participação do paciente no estudo e, assim que aceito, foram colhidas as células de defesa do organismo de Peregrino e enviadas ao Hemocentro de Ribeirão Preto, onde foram colocados em cultura.
O atraso no tratamento
"Quando começamos o tratamento pré-reinserção (das células), em que utilizamos dois tipos de quimioterapias para garantir que as células estarão funcionando bem, ele pegou covid", relata Rocha, explicando o atraso no tratamento, que em geral leva poucos meses.
"Ele tratou a covid e, então, fizemos a infusão das células, em Ribeirão Preto. Depois, ele teve quadro de infecção, que é comum nesses casos. Tratamos a infecção também até que ele teve alta neste domingo (28)", completa o médico.
Segundo Rocha, em geral, o tratamento funciona da seguinte forma:
Quadro monitorado
O paciente fica cerca de um mês sem quimioterapia e tem o seu quadro monitorado pelos médicos enquanto isso para garantir que o tumor não vai crescer de forma acelerada;
É feita a colheita das células de imunidade do paciente;
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As células colhidas são levadas para o laboratório de modificação genética, onde ficam em cultura, na maioria dos casos, por aproximadamente duas a três semanas;
Paciente faz quimioterapias para ter quadro estabilizado até a reinserção;
Cerca de cinco dias antes da reinserção das células, o paciente inicia um pré-tratamento, que leva três dias, com dois tipos de quimioterapia para garantir o bom funcionamento celular;
Dois dias depois do fim do pré tratamento, é feita a reinserção das células.
Monitorado de fora
"Foram quase 90 dias aqui e mais 17 internado em Niterói (no Rio), onde moro. Ainda ficarei mais 30 dias em São Paulo, sendo monitorado de fora", disse Peregrino. em uma postagem no Instagram na segunda-feira, 29.
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A sensação, ao fim de tudo, é de uma gratidão infinita a Deus, no tamanho e no tempo. A todos que fizeram e fazem parte dessa jornada de cura. Médicos, enfermeiros/as, técnicos de enfermagem, pessoal da manutenção, etc, pelo comprometimento e humanidade que me fizeram suportar melhor cada momento. Paulo Peregrino
Giovanna Castro, Viva Bem, UOL.
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