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Saiu na TV: Durante visitas, agentes de saúde ajudam na alfabetização de pacientes por meio de projeto voluntário

        Agentes de saúde ajudam na alfabetização de pacientes através de projeto voluntário em Araçatuba. — Imagem/Reprodução/TV TEM.
 
Saiu na TV: Durante visitas, agentes de saúde ajudam na alfabetização de pacientes por meio de projeto voluntário.
Publicado no JASB em 26.junho.2023.  Atualizado em 27.junho.2023.          

Grupos no WhatsApp Emília e Daniela fazem o acompanhamento de moradores de Araçatuba (SP). Elas trabalham na Unidade Básica de Saúde (UBS) e perceberam que muitos pacientes não sabiam ler e escrever.
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Um trabalho voluntário oferecido por duas agentes de saúde tem auxiliado no processo de alfabetização de pelo menos 12 moradores de Araçatuba (SP).

Durante o acompanhamento aos pacientes que procuram a Unidade Básica de Saúde (UBS) Umuarama I, Emília Fonseca Zechetto e Daniela Pereira de Almeida verificam as principais necessidades, como medicamentos, consultas e receitas.

Já nas visitas domiciliares, as duas notaram que algumas pessoas possuíam dificuldades em continuar o tratamento, pois não sabiam ler e escrever. Diante da situação, Emília teve a ideia de alfabetizá-las e convidou Daniela para ajudá-la. Além de agentes de saúde, ambas cursam pedagogia.

"Algumas pessoas não sabem assinar o nome, não têm autonomia para cuidar da própria renda, não sabem o remédio que tomam. Elas vão no mercado só quando o filho está em casa. Quando fui convidá-las para as aulas, teve uma coisa que me chamou a atenção: todas não tiveram condições de estudar”, explica Emília.

Após perceberem que os pacientes tinham interesse em aprender a ler e escrever, as agentes de saúde arrecadaram os materiais escolares necessários para as aulas. Em seguida, deram início ao projeto voluntário.
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Toda semana, Emília e Daniela montam as atividades para cada aluno, pois as necessidades e o processo de aprendizagem são distintos. Pelo menos uma vez ao mês, as duas visitam as casas dos pacientes para ensiná-los.

        Emília e Daniela percorrem os bairros de Araçatuba para fazer o acompanhamento de saúde dos moradores. — Imagem/Reprodução/TV TEM.

“A gente tem uma meta de visita por mês, dividida pelo tanto de família que cada agente comunitário tem. No caso, tenho 262 casas e minha meta são 12 visitas por dia. Chego na unidade de saúde, me organizo e saio para as visitas. Todos os dias vejo como os pacientes estão. A gente tenta ajudar da maneira que pode, agendando consulta, conversando pelo WhatsApp, pelo telefone”, explica Daniela.

Dificuldades para frequentar a escola

Mãe de nove filhos, Rosana Odiarte Almeida, de 54 anos, está entre os alunos que participam do projeto voluntário. Por conta das dificuldades, a dona de casa precisou trabalhar desde cedo, o que a impediu de ir à escola.

Rosana tentou frequentar a Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas por enfrentar problemas depressivos, desistiu. Com isso, nunca aprendeu a ler e a escrever, mas, atualmente, estuda dentro da própria casa.
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Eu tenho um sonho de colocar as palavras no papel, de aprender ler e escrever, pois nunca tive estudo. Quando conversamos, contei para as agentes minha história. Elas me perguntaram se eu tinha vontade de participar. Nossa, foi tudo”, conta Rosana.

        Daniela, Rosana e o neto Richard durante a aula. — Imagem/Reprodução/TV TEM.

Ao ver a avó se esforçando para aprender a ler e a escrever, o pequeno Richard Alexandre Esteve Odiarte Genti, de 8 anos, começou a ajudá-la sem pensar duas vezes.

Passo vergonhas nos lugares. Cai uma lágrima porque é triste não saber escrever, mas esse projeto me alegrou. É uma sensação muito gostosa. Meu neto me ajuda, pois ama estudar. Ainda não consigo colocar nada no papel, mas já estou conseguindo juntar algumas palavras, conhecendo algumas letras. Creio que vou conseguir”, afirma a dona de casa.

Além de ajudar na alfabetização dos pacientes, as agentes de saúde montaram caixas personalizadas para os medicamentos. Assim, todos conseguem reconhecer os horários que devem tomar a medicação (veja abaixo).
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        Caixinha de remédios com desenhos para que pacientes identifiquem os horários corretos da medicação. — Imagem/Reprodução/TV TEM.

"É um sentimento de gratidão por saber que a gente pode fazer além do nosso serviço. A gente fica feliz com cada letrinha, o capricho dos cadernos. A gente queria que eles se sentissem em uma sala de aula mesmo. E eles fazem tudo colorido, pintam. É uma alegria", conta Daniela.

Confira o vídeo completo:


Foto: Reprodução/TV TEM
Por Emanuelle Raimundo, g1 Rio Preto e Araçatuba
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Diabetes cresce e atingirá mais de 1 bilhão de pessoas até 2050.

        Estima-se que o número de pessoas diagnosticadas com a doença mais do que dobre até 2050 em todo o mundo. — Imagem/Reprodução/Kateryna Novikova/Stock.
 
Publicado no JASB em 26.junho.2023.           

O diabetes se estabelece quando o pâncreas não produz insulina ou se o organismo não consegue utilizar esse hormônio de forma adequada. A insulina regula a glicose (açúcar) no sangue. 
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Aumento em ritmo acelerado

A prevalência do diabetes, especialmente do tipo 2, está aumentando em um ritmo acelerado, o que é considerado "alarmante" por especialistas. Estima-se que o número de pessoas diagnosticadas com a doença mais do que dobre até 2050 em todo o mundo, chegando a um total de 1,3 bilhão, o que representa aproximadamente 13% da população mundial. A estimativa baseia-se nas projeções das Nações Unidas de que a população global atingirá 9,7 bilhões de habitantes naquele mesmo ano. As informações são do jornal O Globo.

Revista científica The Lancet 

Um novo estudo publicado no mês de junho na revista científica The Lancet emitiu um alerta preocupante. "A rápida taxa de crescimento do diabetes não é apenas alarmante, mas também desafiadora para todos os sistemas de saúde do mundo, especialmente porque a doença também aumenta o risco de doença cardíaca isquêmica e derrame”, destaca a principal autora do estudo e pesquisadora do instituto, Liane Ong, em comunicado.

Avaliação de Saúde da Universidade de Washington 

A pesquisa é realizada por pesquisadores que fazem parte do estudo Global Burden of Diseases (Carga Global de Doenças, em tradução livre), liderado pela equipe do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (IHME), nos Estados Unidos.
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Atualmente, cerca de 529 milhões de pessoas possuem a doença, uma prevalência global de 6,1%. O impacto é mais significativo entre os maiores de 65 anos, em que um a cada cinco idosos (20%) já tem diabetes. Especificamente entre os de 75 e 79, chega a ser um a cada quatro (24,4%).

A maior prevalência é observada nas regiões do Norte da África e do Oriente Médio: 9,3%. Entre os idosos desses locais na faixa dos 70 anos, é de preocupantes 39,4%, ou seja, mais de um a cada três indivíduos.

Mais de 9% já tem a doença no Brasil

De acordo com o instituto, nas duas regiões acima, a prevalência em todas as idades deve saltar para 16,8% da população. Na América Latina e no Caribe, 11,3% da população terá diabetes em menos de 30 anos. No Brasil, segundo a última edição da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, 9,1% dos adultos já têm a doença.

Aumento da doença

As conclusões da pesquisa indicam que, num futuro próximo, o aumento dessa doença, que figura entre as 10 principais causas de morte e incapacidade global, será observado em todos os países do mundo.

Os pesquisadores também apontam que em 24 dos 204 países analisados, mais de 20% da população será diagnosticada com diabetes. O estudo examinou a prevalência, morbidade e mortalidade da diabetes por idade e sexo nos países e territórios, no período de 1990 a 2021, a fim de fazer essas estimativas. 
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Por que o diabetes cresce no mundo?

De acordo com o estudo, o aumento de casos até 2050 está principalmente associado ao avanço do diabetes tipo 2, que atualmente representa 96% dos pacientes em todo o mundo. A prevalência atual dessa forma de diabetes é de 5,9%, e espera-se um aumento de 61,2%, chegando a 9,5%. Isso significa que o diabetes tipo 2 se tornará a causa de 1,27 bilhão dos 1,31 bilhão de diagnósticos em menos de 30 anos. Por outro lado, o diabetes tipo 1 deve aumentar em 23,9%, saindo de uma incidência de 0,2% da população para apenas 0,3%. 

Essa informação é crucial porque, enquanto o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o próprio organismo ataca as células produtoras de insulina, o tipo 2 está associado a fatores de risco modificáveis. O principal deles, responsável por 52,2% dos casos de morte e incapacidade relacionados ao diabetes, é o excesso de peso.

É bom saber

Quatro a cada 10 pessoas serão obesas em 2035; índice coloca o país em um alerta "muito alto." 

Hormônio liberado durante exercício físico protege os rins contra danos do diabetes, aponta estudo.

O papel da insulina

Ao contrário do que ocorre no diabetes tipo 1, no diabetes tipo 2, o aumento da quantidade de glicose no corpo resulta em um esforço adicional das células produtoras de insulina para sintetizar cada vez mais desse hormônio. A insulina é responsável por remover o açúcar da corrente sanguínea. No entanto, com o tempo, devido à sobrecarga contínua, essas células deixam de funcionar adequadamente. 
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Obesidade é fator de risco

Consequentemente, o crescimento global da obesidade está diretamente relacionado ao aumento do diabetes. De acordo com a última edição do Atlas da Obesidade no Mundo, divulgado este ano, mais da metade da população mundial estará acima do peso ou obesa até 2035. Essa condição é definida por um índice de massa corporal (IMC) superior a 25 kg/m² para sobrepeso e acima de 30 kg/m² para obesidade. 

Aumento da obesidade

Segundo o atlas, o aumento da obesidade é impulsionado por uma série de fatores, incluindo a emergência climática, as restrições decorrentes da pandemia de covid-19, a exposição a poluentes químicos, o sedentarismo, a disponibilidade e promoção de alimentos não saudáveis, como os ultraprocessados, e as práticas da indústria alimentícia, que estimulam o consumo dessas dietas pouco saudáveis. 

Aumento da obesidade no Brasil

No Brasil, estima-se que até 2035, 41% da população adulta seja afetada pela obesidade. Atualmente, de acordo com o Vigitel, 22,35% dos adultos acima de 18 anos já são considerados obesos. Em relação às crianças, espera-se um crescimento ainda mais acelerado nos próximos 12 anos, com um aumento de 4,4% a cada período de 12 meses, chegando a cerca de 27% das crianças mais jovens. 
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Alimentação inadequada, tabagismo, sedentarismo e abuso de álcool

Além do sobrepeso e da obesidade, os pesquisadores do novo estudo sobre diabetes destacam outros fatores de risco importantes, como a alimentação inadequada, o tabagismo, o sedentarismo e o abuso de álcool, os quais também podem contribuir para o mau funcionamento da insulina. No entanto, a pesquisadora Lauryn Stafford, autora do estudo e membro do IHME, ressalta a necessidade de considerar o contexto social e as desigualdades entre os países ao pensar em abordagens eficazes para modificar esses riscos. 

— Algumas pessoas podem ser rápidas em focar em um ou poucos fatores de risco, mas essa abordagem não leva em conta as condições nas quais as pessoas nascem e vivem que criam disparidades em todo o mundo. Essas desigualdades acabam afetando o acesso das pessoas à triagem e tratamento e a disponibilidade de serviços de saúde. É exatamente por isso que precisamos de uma imagem mais completa de como o diabetes tem impactado as populações em um nível granular — diz.

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