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Mortes por dengue crescem 400% em 2022 e chegam a maior patamar registrado nos últimos 6 anos

        Mais de 1,4 milhão de casos foram registrados este ano.   —  Foto: Nilton Cardin/Folhapress.
 
Mortes por dengue crescem 400% em 2022 e chegam a maior patamar registrado nos últimos 6 anos
Publicado no JASB em 16.dezembro.2022. Atualizado em 19.dezembro.2022.          

Grupos no WhatsApp | Segundo informações do Portal da Jovem Pan, o total de mortes é o maior desde 2015,e o segundo maior na série histórica de acompanhamento da dengue por órgãos de saúde brasileiros.
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Até a primeira semana de dezembro deste ano, foram confirmadas 978 mortes por dengue de acordo com o último Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 12. O valor é 397,56% maior ao registrado em 2021, quando ocorreram 246 óbitos pela doença. 

Ainda, 98 casos estão sendo investigadas. Os estados que apresentaram o maior número de óbitos foram, respectivamente, São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O total de mortes é o maior desde 2015, quando 986 pessoas perderam a vida pela doença, e o segundo maior na série histórica de acompanhamento da dengue por órgãos de saúde brasileiros. 

Neste ano, 1.400.100 casos de dengue foram registrados no Brasil. O número representa um crescimento de 172,4% na quantidade de ocorrências da doença quando comparado ao mesmo período de 2021. O número é 7,7% inferior ao de 2019, quando ocorreu o último surto da doença no Brasil. 

O Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, seguido de Sul e Sudeste. 
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O Norte registrou o menor quantidade de casos por habitantes. Os municípios que apresentaram  maiores registros de casos prováveis de dengue foram Brasília, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Joinville, Araraquara e São José do Rio Preto. 

Entre 2015 e 2016, o país vivenciou um grande surto da doença, quando ocorreram o maior número de mortes. A dengue voltou a preocupar a população em 2019, quando 840 morreram. Com os novos números divulgados pelo Ministério da Saúde, a preocupação é de uma nova epidemia da doença.

Por Jovem Pan.


        Conheça os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, Zika e chikungunya. —  Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz.

CNN Brasil - A coordenadora do InfoDengue da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cláudia Codeço, avalia que o cenário é de atenção. “No ano passado, a gente estava em baixa atividade da dengue, então o aumento em si não seria tanto. Mas se a gente compara o histórico de várias temporadas de dengue, a gente vê que se aproxima dos altos índices de 2016 e 2020”, afirmou.
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Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, a região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência, com 204,2 casos por 100 mil habitantes, seguida da Norte (97,4 casos/100 mil habitantes), Sul (49 casos/100 mil habitantes), Sudeste (47,9 casos/100 mil habitantes) e Nordeste (31 casos/100 mil habitantes).

Já entre os municípios, Goiânia (GO) lidera o ranking, tendo Brasília (DF) em segundo lugar, Palmas (TO) em terceiro e São José do Rio Preto (SP) em quarto.

Cláudia Codeço aponta que a doença avança por novos territórios. “A dengue vem surgindo e se espalhando em locais que não tinham antes, principalmente municípios de menor população na região Sul do País, no Paraná e oeste de Santa Catarina”, apontou.

A coordenadora do InfoDengue avalia que o aumento de casos pode ter sido provocado pelo efeito da pandemia de Covid-19 nas ações de controle do mosquito Aedes aegypti, agente transmissor da doença, ou ainda pelo período chuvoso registrado neste início de 2022.

Diante desse cenário, Cláudia Codeço defende que a reação deve vir do poder público e dos cidadãos. “É muito importante, do ponto de vista do poder público, fortalecer os serviços de vigilância e endemia. Muitas dessas equipes estão precarizadas, cansadas, especialmente em lugares menores com uma grande quantidade de ações. É fundamental que elas consigam fazer visitas domiciliares, algo dificultado pela pandemia”, pontuou.
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Já a população precisa relembrar o cuidado básico de esvaziar pontos de água parada, como vasos de plantas, caixas d’água e piscinas.

Até o dia 12 de março, o país registrou 154 casos graves de dengue e 1.504 com sinais de alarme – sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos na gengiva, que indicam quadro grave.

Chikungunya e Zika
O mosquito Aedes aegypti também causa a Zika e a chikungunya. No caso da Zika, houve um aumento de 11,5% no número de casos entre 2 de janeiro e 26 de fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2021, com incidência de 0,4 caso por 100 mil habitantes.

Já a chikungunya registra uma queda de 10,4% entre 2 de janeiro e 12 de março de 2022, no comparativo com o mesmo período do ano passado.

As três doenças que têm o Aedes aegypti como transmissor possuem sintomas similares, como febre, dor de cabeça, dor nas articulações e manchas vermelhas pelo corpo. A coordenadora do InfoDengue da Fiocruz, Cláudia Codeço, destaca que é preciso atenção aos sinais para um diagnóstico.
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“Essas doenças se confundem muito nos quadros iniciais, são quadros febris, sintomas genéricos. O importante é estar atento ao que está circulando em volta, para saber se é dengue, chikungunya, e ficar atento a qualquer sinal de febre alta, aumento súbito, essa pessoa deve procurar o atendimento de saúde”, alertou.


Em nota enviada à CNN, o Ministério da Saúde afirmou que tem promovido diversas capacitações de manejo clínico e diagnóstico das arboviroses aos profissionais dos estados e municípios que atuam na ponta para o controle dessas doenças.

“Essas capacitações visam fortalecer a vigilância e assim intensificar as medidas de controle e resposta frente ao aumento dos casos dessas doença, incluindo a dengue.”
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