Campanha virtual arrecada dinheiro para gari cego concluir curso de Pedagogia
Campanha virtual arrecada dinheiro para gari cego concluir curso de Pedagogia
Grupos no WhatsApp | Aos 41 anos, Rogério Gomes é cego e trabalha fazendo a limpeza das ruas de Goiânia. Para o futuro, ele sonha em se formar em Pedagogia para, assim, ajudar diversos outros estudantes com deficiência visual.
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A falta de recursos financeiros, no entanto, o fez trancar o curso faltando três semestres para a conclusão da graduação. Mesmo somando o seu salário e o da sua esposa, as contas começaram a acumular e a família passou a não dar mais conta de todos os pagamentos da casa e da mensalidade de R$ 328 da faculdade.
“Por atitudes impensadas e falta de educação financeira, eu me endividei e precisei interromper a minha graduação. No dia que tranquei o curso, foi muito triste, voltei para casa chorando por ter que adiar meu sonho, o meu futuro e o futuro da minha família”, conta o estudante.
Pensando em ajudar Rogério a concluir essa etapa tão importante, o portal Só Notícia Boa – conhecido por divulgar, diariamente, pautas positivas que melhoram o dia das pessoas – lançou uma vakinha para arrecadar o valor necessário para a conclusão da faculdade do Rogério, que também sonha em ser professor de História e Braile. As ajudas para Rogério a concluir a graduação em Pedagogia, podem ser feitas através do link (veja no final desta matéria).
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Para o jornalista Rinaldo de Oliveira, criador do site, o papel social da página é tornar essas histórias conhecidas e mobilizar gente disposta a transformar a realidade de quem precisa. “Criamos a Vakinha Boa há um ano e, desde então, recebemos inúmeros pedidos de ajuda. Fazemos uma triagem de todas e abraçamos algumas histórias como a de Rogério, que não tem como não ajudarmos”, revela o idealizador do portal.
Trajetórias de superação e que têm a educação como principal fonte de motivação causam empatia com os seguidores e leitores do portal, que compartilham o desejo de escrever um capítulo mais feliz diante de um cenário de brasileiros privados do básico. “Nós vemos tantas pessoas abandonando os estudos por diversos fatores, mas ele não só resiste como quer aprender para poder ensinar, mesmo com toda dificuldade e limitação até para enxergar. Ele só quer seguir no caminho da educação. Essa é a nossa missão, é isso que nos move”, define Rinaldo.
Para Rogério, a ajuda chega em boa hora. Ele já tinha tentado uma rifa entre os amigos para conseguir quitar as mensalidades, porém o valor arrecadado não foi o suficiente para sanar a dívida com a instituição de ensino. “No mundo existem pessoas boas, que querem ajudar as outras e, através dessa vakinha, vou conseguir realizar meu sonho. O esforço de concluir será meu, mas vai ter o dedo de muita gente que está disposta a me ajudar”, comemora com gratidão.
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Concretizando a vontade de aprender para, assim, ensinar.
Casado e pai de duas filhas, Rogério estudou toda a vida em escolas públicas. Seus pais não conseguiram concluir a educação básica. Por conhecer bem a realidade das periferias e da falta de acesso à educação de qualidade, ele acalenta desde a infância o sonho de ingressar no ensino superior e conseguir ser professor. “O meu pensamento sempre foi de ajudar as pessoas e, principalmente, os que possuem alguma dificuldade, assim como eu”, planeja.
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Após a formação em Pedagogia, Rogério tem planos maiores. Pretende fazer pós-graduação em História e uma especialização em Braile para, assim, ensinar em instituições de ensino voltadas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), onde ele conseguiu concluir o ensino médio. “Se hoje estou em busca de especializações profissionais é porque no meu ensino médio pude contar com a educação gratuita, através do EJA. Quero ajudar pessoas que, assim como eu, saem pela manhã de casa e não têm tempo para estudar durante o dia. E, mesmo chegando cansado após um longo dia de trabalho, se arrumam e vão para escola no período da noite”, afirma.
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Rogério quer que a sua história sirva de motivação para que os jovens, especialmente os que vivem com a limitação de alguma deficiência, não desistam dos seus sonhos no primeiro obstáculo encontrado no caminho. “Quero que as pessoas conheçam a minha história, um homem cego, que não teve o apoio necessário e enfrentou diversos problemas nos ambientes educacionais, que sai de casa às seis horas da manhã e retorna às dez horas da noite, mas é capaz de conseguir conquistar tudo que sempre sonhou. Através dos estudos, vou conseguir ser alguém na vida”, conclui.
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