O combate diário à Tuberculose na Clínica da Família Cazuza na zona Oeste do Rio
O combate diário à Tuberculose na Clínica da Família Cazuza na zona Oeste do Rio
Grupos no WhatsApp | De 2020 para 2021, houve um aumento de 13% nos casos da doença na região. A Clínica é referência no tratamento da tuberculose.
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“Eu vi a morte, mas graças a equipe [de saúde] que hoje estou aqui e saudável”. Este depoimento foi feito por Tatiana dos Santos, 31 anos, moradora do bairro Afonso Viseu, em Guaratiba, após conseguir vencer a tuberculose. Ela e seus quatro filhos (a mais nova com dois anos) foram assistidos pela equipe da Clínica da Família Agenor de Miranda Araújo Neto – mais conhecida como Cazuza e nesta quinta-feira, 24 de março, no Dia Mundial do Combate à Tuberculose, eles podem dizer que venceram esta doença.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), registrou, em 2021, 615 casos de tuberculose na Área Programática 5.2, que compreende os bairros da Zona Oeste do Rio, como Campo Grande, Guaratiba, Cosmos e Santíssimo. Só em Guaratiba foram identificadas 132 pessoas com a doença. Em comparação com 2020, houve um aumento de 13% no número de casos, foram 71 a mais. No ano passado, 237 pessoas (cerca de 38%) não concluíram o tratamento, por isso, o trabalho dos agentes de saúde é fundamental para a melhora dos pacientes.
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Febre, suor noturno, calafrio, tosse com duração de pelo menos duas semanas e emagrecimento são os principais sintomas da tuberculose, segundo Priscila Severiano Pastor, enfermeira e responsável pela linha de cuidados da CF Cazuza, administrada pelo Viva Rio em cogestão com a prefeitura.
“Quando confirmamos [com exames] que o paciente está com tuberculose já iniciamos o tratamento, que precisa ser contínuo. Além disso, pedimos aos agentes de saúde para fazer uma busca ativa na região de onde esse paciente com tuberculose veio. Porque muitas vezes há outras pessoas contaminadas na região”, explicou Priscila.
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O tratamento pode durar de 6 a 9 meses, mas isso pode piorar, caso a pessoa interrompa com as medicações. Caso isso aconteça esse tempo pode chegar a um ano e ao invés de comprimidos, o paciente tem que tomar vacinas diárias.
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“O nosso principal trabalho é evitar isso, é realizar o TDO (tratamento diretamente observado) que nada mais é que supervisionar a medicação. Muitas vezes os agentes comunitários vão todos os dias às casas das famílias para confirmar se tomaram os medicamentos, este foi o caso da família da Tatiana”, contou.
Tatiana brincou que os agentes comunitários ‘pegavam no pé’ dela e dos filhos para que tomassem os remédios. “Graças a Deus a equipe ficou no pé de todo mundo. Quando eu não estava aqui [em casa], deixavam os remédios com meu irmão. Tinha que tirar foto para confirmar que tinha tomado o remédio”, lembrou rindo.
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A agente comunitária de saúde, Eliana Henriques Vieira Malheiros, foi a responsável pela família de Tatiana. Hoje, uma abraça a outra como se fossem da mesma família, mas para tomar remédio – no início – era difícil. “Principalmente a filha mais nova, que na época tinha dois anos e não tomava remédio de jeito nenhum, só tomava comigo”, lembrou.
Agora, quem continua fazendo o tratamento e tomando o remédio diariamente é Cristiano dos Santos, 43 anos, irmão de Tatiana e quem é responsável por ele é a agente Cátia Maia Vieira.
“No início foi difícil com o Cristiano, porque ele tinha muita resistência em tomar o remédio. Mas fomos conversando e acompanhando o tratamento de perto e agora ele está autossuficiente, ele busca medicação por vontade própria, vai às consultas, faz os exames. Tenho muito orgulho dele”, contou.
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A Clínica da Família Agenor de Miranda Neto já conseguiu recuperar quase 100 pessoas da tuberculose nos últimos quatro anos. E além de ajudar na saúde dos pacientes, a equipe da unidade realizou uma parceria com centros religiosos da região para oferecer cestas básicas para as famílias mais carentes.
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“Percebemos que muitos pacientes paravam o tratamento por que precisavam lutar pelo seu sustento. Por isso, fizemos estas parcerias para conseguir cestas básicas para estas famílias, assim, muitos conseguiram ficar em casa e continuar os tratamentos e hoje estão com saúde”, finalizou a enfermeira Priscila Severiano Pasto.
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